De olhos bem abertos – Matéria de “O Popular”

Apesar de ainda pouco conhecida, ptose palpebral exige atenção e pode interferir na qualidade da visão devido à queda da pálpebra superior.

Quando se fala em problemas na pálpebra, a primeira ideia que vem à cabeça é a da blefaroplastia, uma das cirurgias plásticas estéticas mais realizadas no Brasil. O que pouca gente sabe é que a queda da pálpebra superior, a ptose palpebral, é um problema funcional muito mais sério do que estético. Enquanto na blefaroplastia, é feita a correção do excesso de pele e bolsões de gordura na pálpebra caída para diminuir o aspecto cansado e envelhecido do paciente, a cirurgia para correção de ptose busca evitar problemas como os prejuízos para a visão e impactos na autoestima de quem
sofre com o problema.
“Não podemos confundir blefaroplastia e ptose palpebral. São situações diferentes. Mas acho que tudo que é relacionado à estética talvez atraia mais a atenção da mídia, do público em geral. No entanto, a ptose é uma alteração palpebral que deve ser lembrada, pois suas consequências para a visão podem ser graves”, explica o médico oftalmologista Roberto Limongi, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO). Quem normalmente faz cirurgia para correção de ptose é o cirurgião plástico ocular, que é um oftalmologista com treinamento adicional em cirurgia plástica ao redor dos olhos. É justamente nessa área que os primeiros sinais da idade mais avançada começam a aparecer. O excesso de pele na pálpebra, além da questão estética, pode comprometer o campo de visão. A ptose palpebral pode ocorrer de duas maneiras. A congênita é quando o bebê já nasce com a pálpebra caída, por uma distrofia, malformação do músculo que a levanta. Já a adquirida ocorre quando o paciente nasce com a pálpebra normal e, por algum motivo, ela cai. Em ambos os casos, é necessário redobrar a atenção. Foi o que fez a psicóloga Lidiane Kelly Seabra Mantovani, de 36 anos, mãe da Júlia, de 12. A garota nasceu com o problema e, desde então, faz acompanhamento com o oftalmologista. “Assim que nasceu, percebi que a pálpebra tinha uma queda mais severa do lado direito. No início, os médicos disseram que seria apenas uma questão estética e que não prejudicaria a visão. Fiquei preocupada com a questão da autoestima e, ao pesquisar mais sobre o problema, decidimos fazer a cirurgia”, conta. Júlia se submeteu ao procedimento em janeiro e a recuperação foi rápida. Os riscos da cirurgia são mínimos, pois ela não é feita no olho e sim na pálpebra – a missão do cirurgião é melhorar o músculo levantador da pele que protege o olho. “A pálpebra pode ficar um pouquinho mais elevada que o normal ou ainda menor do que o normal, mas isso tudo é passível de ajustes no pós-operatório imediato, ou seja, se percebemos que ainda não está na altura que gostaria que estivesse, temos como soltar ou apertar um pontinho e ter um excelente resultado”, garante o médico. A cirurgia para a correção de ptose normalmente é indolor, e não deixa cicatrizes visíveis. Na criança, a ptose não corrigida em tempo hábil pode levar à perda da visão irreversível. Normalmente, ela vai enxergar de 70% a 80% menos do que o olho que não teve ptose. “Às vezes menos, às vezes mais, dependendo da ptose, de quando foi corrigida; ela vai ter um déficit visual irreversível. E também não melhora com óculos, nem vai melhorar com a cirurgia”, explica Roberto Limongi. Segundo ele, quando o olho está em desenvolvimento, ele precisa de bastante luz, e isso estimula a formação neurológica da visão, a parte do cérebro que enxerga. Por isso, papais e mamães precisam estar bem atentos ao problema.

Fonte: O popular.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Inscreva-se na newsletter e receba todas as novidades

    LEIA MAIS PUBLICAÇÕES

    A saúde dos olhos

    A saúde dos olhos não é apenas uma questão de sorte para uma grande parcela da população. Uma boa saúde dos olhos…

    Novo colírio pode inverter as consequências do glaucoma

    Cientistas italianos estão trabalhando desde antes de 2009 em um estudo sobre um novo colírio que pode ser capaz de re…

    Tratamento com células tronco na retina segue em parceria com Harvard

    A cura da cegueira é o objetivo da pesquisa. O desafio é a obtenção de célula que cresça, dentro do olho, e faça a repar…

    confira nosso instagram

    Av. T-2, n 401 - Setor Bueno
    CEP 74.210-010 - Goiânia - GO CNPJ: 00.250.178/0001-90

    Horário de Funcionamento

    Segunda a sexta das 08h às 18h – Atendimento de Urgência 24h

    Redes Sociais

    CBCO – Hospital de Olhos:

    Responsável Técnico: Dr. Arnaldo Cialdini – CRM/GO 5526 – RQE 949

    © Copyright 2021 | CBCO - Todos os direitos reservados.

    Fale Conosco Agora!