Pesquisadores vêem aplicações para as novas lentes de contato dispensadoras de medicamentos em condições como glaucoma e olho seco, que exigem a aplicação diária de colírios.
Pingar colírios várias vezes ao dia pode ser uma tarefa difícil para os pacientes. Mas o maior problema é que, devido ao piscar e às lágrimas, apenas entre 1 e 7 por cento do medicamento é realmente absorvido pelo olho.
Agora, o grupo do Dr. Daniel Kohane e seus colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, desenvolveu uma lente de contato especial capaz de liberar o medicamento nos olhos aos poucos, em uma quantidade constante, precisa e ajustável.
Lente de contato que libera remédios
Embora outros pesquisadores já tenham desenvolvido lentes de contato que liberam medicamentos, nenhuma delas consegue manter a liberação do medicamento de forma precisa e constante.
Geralmente, as lentes de contato começam liberando uma quantidade grande nas primeiras horas, acima do recomendado, e que vai decaindo rapidamente, ficando abaixo da dose prescrita. Esse problema agora foi sanado.
A nova lente de contato é composta por duas camadas, mantendo no meio um polímero absorvente e biodegradável que contém o medicamento. Os materiais usados na fabricação tanto das duas camadas externas da lente quanto da camada intermediária já foram testados e aprovados para uso ocular pelo órgão norte-americano de saúde, o Food and Drug Administration.
Lente de contato de uso contínuo
Nos testes de laboratório, o protótipo liberou um antibiótico normalmente receitado na forma de colírio – a ciprofloxacina – durante 30 dias, o maior período atualmente aprovado pelas autoridades de saúde para uso contínuo de lentes de contato.
Em testes em animais, as lentes liberaram o medicamento continuamente por até 100 dias. As quantidades liberadas foram suficientes para matar os patógenos em ensaios de laboratório.
Fonte: Diário da Saúde