Grandes impactos ou esforços físicos excessivos, tosse persistente e convulsiva ou até crises de espirros em sequência podem contribuir para o descolamento da retina. Doença ocular grave mais comum em adultos e pessoas idosas, raramente é hereditária, mas, neste caso, pode acontecer em crianças ou bebês.
Os buracos na retina – camada interna do olho, constituída de tecido nervoso, que capta estímulos luminosos que se transformam em imagens – permitem a passagem do vítreo (gel que preenche o globo ocular), separando a retina da parede do olho. Este movimento pode causar rompimento, hemorragias ou o descolamento. Uma vez descolada esta parte da retina não funciona mais e causa o aparecimento de uma imagem borrada ou mancha escura na visão.
A advogada Lilia Toledo Diniz, 25, nunca poderia imaginar que, além dos riscos óbvios, um salto de bungee jump pudesse provocar outros efeitos colaterais. Quatro anos depois de saltar de uma ponte de 40 metros de altura, Lilia descobriu que a aventura havia deixado em sua retina pequenos buracos que, se não tratados, poderiam evoluir para a cegueira.
“Descobri casualmente, durante um exame oftalmológico rotineiro. Foi um
susto, principalmente porque eu não sentia nada.”
A advogada passou por dois procedimentos a laser para correção dos buracos.
Segundo os médicos, a ruptura da retina ocorre no fim da queda, quando o
elástico chega ao limite, dá um tranco e puxa o saltador para cima.
Embora a advogada do caso citado acima não tenha sentido nada que denunciasse o problema, os médicos disseram que a lesão na retina, normalmente, é percebida na hora, com visão turva e até sangramento. A chefe do departamento de retina e vítreo da Unifesp, Dra. Nilva Simeren Bueno de Moraes, explica que buracos e descolamentos são mais comuns em pessoas predispostas, com histórico familiar, prematuros e míopes. Isso porque, neste grupo, a estrutura da retina é mais fina e sensível.
Além de saltos de bungee jump e de paraquedas, mergulhos e atividades mais radicais, o descolamento de retina pode ser causado por traumatismo, diabetes, miopia acentuada ou tumor da coróide (camada do olho entre a retina e a esclerótica). O problema pode começar em uma pequena área e, se não houver tratamento, a retina se desprende por completo.
Fonte: Veja bem