Cegueira monocular ocorre quando a pessoa enxerga não enxerga com um dos olhos.
Segundo o Dr. Edison Geraissate, grande parte das crianças que frequentam seu consultório são portadoras de ambliopia (baixa de visão em um olho que não se desenvolveu adequadamente na infância) e estão em tratamento para que no futuro possam ser adultos com visão plena.
O que ocorre com essas crianças é que os olhos ainda estão aprendendo a enxergar. Um processo que muita gente não imagina é que as crianças aprendem a enxergar e quanto mais o tempo passa, mais esse processo se cristaliza. Se um dos olhos não aprender a enxergar, o paciente será um adulto com visão monocular, ou seja, que só enxerga com um dos olhos. E na fase adulta, essa cegueira é irreversível.
Em geral, as crianças têm os olhos pequenos (internamente), o que causa um defeito refrativo, como a hipermetropia (dificuldade em ver de perto). Se a criança tem o mesmo grau de hipermetropia nos dois olhos, esses órgãos acompanharão seu crescimento e, caso seja um grau pequeno, vai aprender a enxergar com ambos olhos. Já se o grau da hipermetropia for diferente em ambos os olhos, o cérebro vai focar no olho mais cômodo e ignorar o outro olho. Chamamos essa diferença de ambliopia.
Visualmente, quando vemos uma criança amblíope, não percebemos nenhum problema. Afinal, o olho que enxerga nos dá a impressão que ela enxerga com os dois olhos. O Dr. Geraissate, chefe do Departamento de Estrabismo do CBCO, afirmou que essa situação é tão comum que há médicos oftalmologistas cujos filhos passaram por esse problema e o mesmo não foi detectado.
O trabalho do chefe do Departamento de Estrabismo se concentra em desenvolver soluções para que seus pacientes “aprendam” a enxergar e não para que “voltem” a enxergar, pois eles ainda não aprenderam a ver. Todas as soluções viáveis são tomadas para que o desenvolvimento da criança possa ser normalizado: desde o uso de tampões, óculos com graus corretivos até cirurgias.